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O castelo do Camelo.

O castelo do Camelo.

Backups pela AGECOP

Tenho andado a fazer backups dos dados e das instalações dos sistemas nos computadores pessoais cá de casa.

Temos fotos e vídeos pessoais, emails antigos, ficheiros de trabalho, código fonte de programas que criei para uso próprio, imagens de máquinas virtuais de sistemas que já não uso, comprovativos de declarações de IRS, obras de diversos tipos licenciadas com Creative Commons, etc...) com vários anos, por tanto o volume de dados que ocupa é considerável apesar de não ser gigantesco, porque eu não tenho o costume de descarregar grandes quantidades de obras da Internet como muitos têm.

Nos últimos anos já tivemos perto da perda de dados várias vezes por os discos externos e de backups deixarem de funcionar. E assim decidi não só aumentar a cobertura dos backups, como criar redundância no armazenamento dos backups

Para além da redundância de que falei, também quero ter imagens dos discos com diferentes idades. Isto é útil quando por exemplo quero fazer upgrade de versões do sistema operativo e quero conseguir repor não só os dados dos utilizadores, mas todo o estado anterior do sistema caso o upgrade coloque o sistema num estado impróprio, ou caso a instalação/utilização de software pós-upgrade pelo que o ideal é ter uma imagem dos discos da máquina do momento imediatamente pré-upgrade e outra do imediatamente pós upgrade e guarda as imagens até estar seguro que tudo correu bem (e nesse momento fazer mais uma imagem).

Compreendo que tudo isto pode parecer algum exagero para alguns. E a verdade é que a minha experiência diz-me que dificilmente irá acontecer algo que faça com que todos estas precauções sejam necessárias. Mas a verdade é que o que não faltam são casos em que as pessoas que poderiam ter beneficiado de precauções deste tipo.

Sim eu sei o que é "armazenamento na nuvem". Contudo sei que quando se fala de "nuvens públicas", ou até mesmo "nuvens privadas" (em infraestrutura que não nos pertença), não existe nenhuma nuvem, o que existe são os computadores de outras pessoas. E isto tem implicações de segurança, privacidade, técnicas e comerciais, com as quais eu não quero ter que lidar para me dar o máximo de garantias que eu puder ter. Não quero dizer com isto que eu não tenha, ou use serviços deste tipo, tenho vários, mas não acredito que a minha última rede-de-segurança, deva estar dependente de algo com tanto potencial  de falhar.

Para implementar estas medidas vou precisar de vários discos de vários TB de capacidade (um total agregado de perto de 10TB de capacidade de armazenamento).

Cá em casa raramente fazemos cópias privadas de obras, é uma prática que já me trouxe algumas desilusões, principalmente porque os suportes ópticos que servem de suporte físico a obras audiovisuais que são comercializadas, danificam-se com alguma facilidade. Pelo que dificilmente haverá alguma cópia de uma obra que possa ser caracterizadas dessa forma entre os dados que pretendo assegurar.

Implementar isto é bastante caro, pelo que, vou ter que rever parte disto. Mas mais caro ainda poderá ser se a lei da cópia privada for aprovada. Se optar por ter apenas 4 discos discos para cópias de segurança iria gastar trinta Euros (30€) só para compensação equitativa da cópia privada, mas é preciso lembrar que o valor da da compensação é aplicado ao preço do produto, antes da aplicação do IVA, o que vai onerar bastante mais algo que é já de si bastante caro, pelo menos para a maioria dos portugueses.

Nem a AGECOP, SPA, GDA, APEL, nem os seus associados, nem os seus clientes, vão ser prejudicados por eu fazer estas cópias de segurança, não só porque eu não vou fazer qualquer cópia privada (provavelmente), como também porque eu nunca iria comprar mais nenhuma cópia de uma obra que eu tenha (a não ser por engano), aliás se eu tivesse que pagar aos detentores dos direitos pelo direito de fazer cópias privadas, provavelmente eu nunca iria comprar uma única obra, ou pelo menos compraria ainda menos (a não ser que fosse obrigado).

Essencialmente não compro música. O último CD de música que comprei já foi há uns três anos e a verdade é que mesmo antes disso, eu talvez comprasse um álbum por ano (em média). Também não faço copias ilegais, simplesmente oiço muita rádio (quer a tradicional, quer rádios na Internet) e também uso serviços de streaming gratuitos. Não sei como é que alguém pode pensar que eu compraria múltiplas vezes o mesmo álbum, porque isso parece-me uma ideia completamente extra-terrestre.

Cada vez que vejo um DVD que comprei legalmente estou a cometer um crime. Não tenho leitor de DVD dedicado e uso sempre um dos meus computadores. Como eu só uso Software Livre e não há Software Livre legalmente autorizado pelos criadores da norma do DVD, para poder ver DVD. E como pelo mesmo motivo o Software de leitura de de filmes em DVD só o consegue funcionar utilizando técnicas de quebra de DRM (o que é crime), tenho que cometer um crime para poder assistir a um filme pelo qual compensei todos os detentores de Direitos de Autores e Direitos Conexos.

O DRM presente nos DVD, também impede a cópia legal de todos os DVD de filmes presentes no mercado. Assim sendo, é ilegal fazer cópias de DVD, como tal as cópias não podem ser feitas. Esta é uma razão que me leva a não comprar DVD com frequência (mas não a única). O facto de os suportes físicos serem relativamente frágeis e serem físicos (é uma chatice andar com uma colecção de DVD às costas) e ainda assim sermos "de facto" proibidos desvaloriza o valor da obra que está a ser comprada (torna-a menos atractiva), porque há um risco significativo de ela ficar inutilizável, ou de não podermos aceder-lhe quando queremos/podemos.


Não tenho problemas morais e éticos de violar a lei, para assistir aos filmes que comprei legalmente. Se quiserem, venham prender-me! Contudo suspeito que as autoridades policiais, e judiciais tenho mais e melhor onde gastar o seu tempo e os escassos recursos que têm. Ouvi dizer que há crimes realmente graves, como a violência doméstica.
Apesar de violar a lei para assistir a DVD, não faço cópias privadas desses DVD, porque não tenho onde as gravar, por preguiça e porque não quero ir assim tão longe na ilegalidade (opção pessoal totalmente subjectiva e difícil de explicar).


Com estes argumentos torna-se fácil compreender que é falso que a compensação prevista na Lei da Cópia Privada, seja equitativa, ou justa. Quando eu não faço e sou mesmo proibido de fazer cópias privadas. E ainda assim querem cobrar-me várias dezenas de Euros pela protecção da parte digital da minha vida, sem que tenham feito algo por ela (aliás só a tentam dificultar). E aqui o problema não é serem dezenas de erros. O problema é que o princípio está todo errado, ou seja, é errado mesmo que fosse só 1¢.

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